-> 13º Chapter - Enviada para matar <-

Juízo não significa fazer tudo certo,

mas saber a hora certa de fazer a coisa errada

- Johnny Depp -

#A Verdade

P.O.V. Você

        - Pare, Willian - reclamei quando ele jogou água no meu rosto
        - Orshe, como você é chata
        - Sou mesmo
        - Ei, vocês dois - gritou Chaz deitado na areia - Tomem cuidado, porque o Justin não gosta muito dessa historinha
        - Ele não tem o que se preocupar - respondi

        Joguei os braços sobre os ombros do Willian e ele me apertou ainda mais. Na minha cabeça só veio o Justin, como eu queria que fossemos assim, livres para fazer o que quisermos sem ter medo de algum dia a polícia nos pegar.
        Dei um beijo na bochecha dele, e quando ia voltar para a casa ele puxou o meu braço dando-me um selinho.

        - Eu já disse para você nunca mais fazer isso, seu idiota
        - Desculpa, eu não consegui resistir
        - Willian, eu estou namorando e amo o meu namorado, então eu exijo respeito
        - Tudo bem, (seu nome), eu prometo que não vou fazer mais isso
        - Bom mesmo - me virei pro Chaz - Vocês vão querer entrar?
        - Não - respondeu Chaz se levantando - Precisamos ir, temos trabalho
        - O.k. - dei um beijo nele - Obrigado por ter vindo me acompanhar
        - Amigos é pra isso, né?

        Dei um abraço no Chaz bem apertado e eles foram em direção do carro. Entrei na casa, depois de olhar mais uma vez pro horizonte, e observei que não havia ninguém na casa.
        Fui até o quarto e Justin não estava lá, o telefone dele estava em cima do sofá e não continha nenhuma mensagem ou telefonema. Não fiquei preocupada pois Justin sabia muito bem o que faz.
        Apenas me sentei no sofá e fiquei assistindo TV, onde estava passando um desenho animado que eu adorava. Avatar.

        - Você gosta desse desenho? - perguntou Victor
        - Gosto sim - olhei pra trás e ele estava só de calção - Não tem nenhuma blusa?
        - Está calor - ele sorriu - Relaxa

        Ele se sentou bem longe de mim e pegou um copo que estava em cima da mesinha que continha um pouco de café, com certeza.
        Victor era um cara misterioso que eu nunca consegui compreender. Às vezes ele era irritante, impossível de se suportar, mas tem vezes que ele se torna um grande amigo ou até mesmo um pai.
        Percebi o jeito que ele falou com o Justin ontem quando estávamos fugindo do prédio. Ele parecia estar preocupado de verdade com ele, como se o Justin fosse mesmo o seu filho.

        - Victor - comecei a falar
        - Oi, (seu nome)
        - Posso te fazer algumas perguntas?
        - Contanto que possa lhe responder
        - Quando foi que você resolveu montar um grupo de argentes?

        Ele olhou nos meus olhos, colocando o copo, que com certeza já estava seco, em cima da mesinha. Entrelaçou os dedos, abaixou a cabeça levantando um segundo depois e começou a falar com calma.

        - Foi quando meus pais morreram em um acidente de carro, mas eu tenho certeza de que isso foi tudo planejado
        - Como assim? - me encostei mais na almofada
        - Eles eram pessoas simples, então tinha muito gente com inveja. Para mim isso foi tudo calculado - ele coçou a cabeça - O inacreditável é que no mesmo dia, antes da morte dos meus pais, um menino que eu considerava como amigo veio me perguntar se estava bem, e eu respondi que não

        Seus olhos se fecharam e ele parecia pensar de como se arrependeu de dizer alguma coisa para esse menino. Minha curiosidade foi aumentando, mas eu não falei nada, apenas deixei que seus pensamentos fluíssem.

        - Então foi desde ai que eu vim pensando desde hoje, não era para eu ter falado que meus pais iriam jantar fora sem mim, assim eles estariam vivos agora
        - Mas você tem certeza de que foi esse menino?
        - Sim, pois depois que eu disse o motivo de estar triste, ele saiu correndo para perto do "tio" dele - ele parecia desepcionado consigo mesmo
        - Não fica assim, Victor - falei tentando fazê-lo se sentir melhor - Vai ficar tudo bem
        - E você? Por que quis entrar nessa história de argente secreto da Valentina?
        - Ela foi a única pessoa que me ajudou depois que meus pais morreram - meus olhos inundaram - Victor, será que a pessoa que mandou matar meus pais foi a mesma que mandou matar os seus?
        - Creio que sim, querida. Não sei muito sobre isso, mas eu vou conseguir  desvendar quem está atrás disso tudo
        - Mas essa história de argente tem um lado bom, sabia?
        - Tem? - ele perguntou confuso
        - Senão fosse por esse trabalho eu nunca encontraria o grande amor da minha vida
        - Meu filho - disse Victor sorrindo
        - Como assim? Justin é seu filho legítimo?
        - Parece impossível, né? Mas ele é sim meu filho

        Arregalei meus olhos e ele deu um sorriso. Justin era mesmo filho do Victor. Mas também eles eram cara e careta. Até o jeito de andar, falar, agir é o mesmo.
        Ele continuava rindo e eu ali parada que nem uma tabacuda tentando entender que o que eu acabei de escultar era uma verdade. Ele só podia estar brincando comigo.

        - Então quer dizer que o Justin é mesmo seu filho?
        - Mas ele acha que é mentira minha
        - Já tentou conversar com ele?
        - Já, mas nunca tenho sucesso
        - Então quando ele chegar, nós vamos conversar
        - Nós? - ele perguntou
        - Sim, vou ajudar porque tenho certeza que ele vai dar um chilique daqueles
        - Com tanto pouco tempo e vocês já se conhecem tão bem
        - É o amor, Victor - sorri - O amor faz isso com agente
        - Eu sei disso, ainda sinto falta da Pattie
        - Quem é Pattie?
        - É a mãe do Justin
        - Você a ama?
        - Como nunca amei ninguém

        Ele parecia sereno quando falou aquilo. Seus olhos claros brilharam como nunca, e sua língua passou sobre os lábios brancos.
        Estava louca para conhecer minha sogra. Com certeza ela era bonita porque o Justin era lindo.

        - Mas Victor, Justin foi resgatado das ruas, num foi? - perguntei e ele confirmou - Então, como você sabia que ele estava precisando de ajuda?
        - Ele não estava, a mãe dele ligou pra mim desesperada perguntando se eu sabia de alguma coisa do Justin, imediatamente quando fiquei sabendo que ele havia saído de casa sem motivo, comecei a procurar pelo país inteiro
        - Achou ele aonde?
        - Aqui mesmo no Canadá. Ele estava em uma lanchonete
        - Qual foi a sua reação?
        - Eu tive que me conter para não abraçá-lo e dizer que estava preocupado
        - Deve ter sido difícil
        - Você não imagina o quanto

        Me levantei e cheguei perto dele. Estiquei o braço sem ter medo de que ele pudesse fazer alguma coisa contra mim e dei um sorriso grande.

        - Me dá um abraço? - pedi
        - Tem certeza disso?
        - Tenho, se vamos trabalhar juntos não podemos ficar com frescura
        - Você está certa

        Ele se levantou e me abraçou. Depois de anos eu pudi sentir um abraço de pai de verdade. O coração de Victor estava parecendo uma locomotiva de tão rápida que estava.
        Apertei mais os meus braços sobre sua cintura e ficamos ali por alguns segundos. Quando me separamos, eu senti um calor subir por minha espinha. Senti que quem estava ali na minha frente não era um criminoso e sim um novo pai.

        - Obrigado - ele alisou meu rosto - Faz é tempo que não recebia um abraço assim
        - Nem eu - veio outra pergunta na mente - Victor, quando você disse que iria matar o Justin lá no hotel, não falou sério, num foi?
        - Claro que não falei sério, só queria ver se você tinha coragem de tirar minha vida para proteger ele
        - Por ele eu faço qualquer coisa - passei os dedos embaixo dos olhos - Até mesmo entregar minha própria vida
        - Não fale isso. Ele é louco por você e não vai deixar que nada e nem ninguém possa lhe prejudicar
        - Foi muito bom conhecer você melhor, Victor
        - Eu tenho que agradecer mais a você
        - Por que?
        - Porque você conseguiu tirar um peso das minhas costas. Fazia tempo que eu não conversava assim com ninguém. Obrigado

        Alisei seu ombro e fui na direção do quarto. Tava me sentindo melhor por fazer o Victor sorrir novamente. Já não aguentava mais aquela cara emburrada que ele fazia.
        Bem que eu desconfiava que ele era alguma coisa do Justin, o carinho ou o medo de que acontecesse algo com o seu filho que nem ele próprio tem coragem de falar.
        Deitei na cama e fechei os olhos, queria esperar a boa vontade do Justin chegar, mas acabei pegando no sono antes. Será que ele vai voltar para casa?

-> dormindo <-

        - Bom dia, minha linda - falou alguém perto do meu ouvido

        Logo sinto lábios encaixando nos meus em um selinho demorado e romântico. Não parecia ser o Justin, mas não reclamei, apenas me sentei e abri os olhos.

        - Bom dia - respondi
        - Ta tudo bem com você?

        Até a voz estava diferente e isso estava me deixando intrigada. Me levantei imediatamente e entrei no banheiro para escovar os dentes e lavar o rosto.
        Quem quer que fosse iria estar pronto para morrer.
        Sai do banheiro com calma e fiquei mais aliviada quando vi que quem havia falado comigo foi Justin e o Victor. Fiquei mais surpresa foi que eu não conheci a voz do Victor.

        - Ta tudo bem? - perguntou Justin se levantando da cama
        - Está - dei um selinho nele
        - Por que saiu correndo? - ele olhou pro Victor desconfiado
        - Não é o que você está pensando, seu idiota - bati no ombro dele e fui na direção do Victor - Para falar a verdade, nós temos muito o que conversar
        - Temos? - perguntou ele desconfiado
        - Victor, precisa lhe dizer uma coisa - olhei pro Victor - Fique calmo
        - Vou tentar

        Victor se levantou e parecia estar nervoso. Também né, ele ia falar uma coisa que faz é tempo que está engasgada e só agora tomou coragem pra falar o que tanto lhe incomodava.
        Pai e filho ficaram frente a frente sem saber o que poderia acontecer a partir dali, mas eu sei que Justin vai entender. 

        - O que você tem para me falar? - perguntou Justin
        - O que eu tenho pra falar é uma coisa séria e não sei como começar a dizer - ele passou as mãos sobre o rosto - Você é meu filho, Justin. Você é meu filho legítimo

        Os olhos de Victor fixaram nos do filho e por incrível que pareça Justin começou a sorrir e bateu no ombro do pai devagar.
        Por um momento eu achei que ele estava só brincando, mas o caso é que Justin achava que Victor tava dizendo uma mentira só para arrancar um sorriso dele.

        - Justin, não tem graça nenhuma - falei
        - Você acha mesmo que o Victor é meu pai? - ele olhou pra mim - Me poupe
        - Mas pela primeira vez na minha vida eu estou falando a verdade, Justin - Victor tossiu - Eu e sua mãe tivemos uma bela noite e depois...
        - Poupe-me dos detalhes
        - Justin, seja mais compreensivo - pedi - Ele está falando a verdade, será que você não percebe isso?
        - (seu nome), ele está mentindo
        - Tudo bem, eu achava que você iria entender, mas pelo visto eu não te conheço perfeitamente - falei saindo do quarto
        - (seu nome), espera

        Mas eu já estava longe. Victor estava lá abrindo o coração e Justin achando que era mentira, que agente tava ali só para brincar com a cara dele. Será mesmo que Justin era tão burro para não perceber que o pai dele tava ali?
        Sai da casa com uma roupa curtíssima e me sentei na areia fria. O ar ainda estava frio, mas o sol já estava pronto para deixar o dia mais lindo do que já está.

        - (seu nome) - falou uma pessoa, Victor
        - Oi, Victor - virei para ele - Eu sinto muito
        - Não tem problema, se ele não quer acreditar eu não posso fazer nada
        - Eu achava que ele iria entender - abaixei a cabeça - Só um modo de ele saber que você está dizendo a verdade
        - E qual é?
        - Irmos lá na casa da Pattie e conversarmos todos juntos
        - Acho que você está certa, mas deixa ele pensar um pouco. Eu tenho certeza que ele vai ficar com um pouco de dúvida

        Ele voltou para a casa e continuei ali, sentada e pensando como faria para descobrir quem havia matado meus pais e os pais do Victor. Pelo jeito foi a mesma pessoa.
        Mas o que me intrigava foi o que ele disse "a pessoa ta diante de seus olhos, sendo que você não quer enxergar isso". O que ele quis dizer com essa observação?
        São poucas pessoas que sou próxima e nenhuma delas são suspeitas, a não ser que... Não, eu estou enlouquecendo, só pode. Não foi essa pessoa, mas também não tirei essa hipótese da minha mente.

Será que o Victor é mesmo o pai do Justin?

Quem foi que matou os pais de Victor?

Quem é essa pessoa que deixa a (seu nome) louca?

Comentem e saberão de muito mais...