-> 19º Chapter - Enviada para matar <-

Acredite no que você sente por dentro

e de aos seus sonhos asas para voar

- Beyoncé -

#Descoberta

P.O.V. Você

        Meu corpo reclamava de dor, meus cílios pesavam e minha garganta estava ressecada. Olhei em volta com um pouco de dificuldade, ainda com a vista escura, e pudi perceber que não estava no alojamento, parecia uma sala de experiências.
        Onde eu estava, não sabia dizer. Quem era o responsável pelo meu sequestro, não fazia a mínima ideia. Será que o Justin veio atrás de mim? Espero que sim porque sozinha eu tenho certeza de que não vou conseguir.

        - Onde eu estou? - perguntei a mim mesma, um pouco rouca
        - Você não vai querer saber
        - Mas que demora da nossa mestre, né? - ouvi outra voz dizer
        - Ela acabou de sair, daqui a pouco tá chegando

        Tentei me mover, mas meus braços e minhas pernas estavam amarrados. O local era abafado demais e eu estava a ponto de derreter. Minhas costas pingavam e meu rosto estava ensopado.

        - Vocês podem pelo menos desamarrar as minhas mãos para eu me ajeitar?
        - Não podemos fazer isso, coisa linda - um chegou perto de mim e alisou minhas pernas nuas - Você ficou maravilhosa

        Seu bafo era de cachaça pura, que nojo. Seu suor parecia cheiro de xixi de cachorro. Seus cabelos tinha mais fiapos de grama do que fios grisalhos. Quando ele sorriu, eu pude observar que ele não escovava os dentes a séculos. Estavam tão amarelos que, eu acho, o sol perderiam para ele.

        - Tira as suas mãos sujas de cima de mim - rosnei
        - Assim fica difícil agente entrar em um acordo, né gata
        - O que você quer?
        - Um beijo - ele se levantou - Em troca eu te solto e deixo você tomar um banho
        - Fechado

        Não ia beijá-lo nem que ele fosse o último homem do mundo, só queria mesmo que eles me soltassem, eu pudesse beber um copo d'água e tomar um banho.
        Tinha que pensar rápido antes mesmo de sair do banheiro. Tinha três homens então eu estava com um pouco de vantagem. Primeiro eu chamaria um pro banheiro e lá mesmo ele morreria. Depois me virava com os outros dois aqui mesmo.
        Ele me ajudou a se sentar conforme minhas costas tinha parado de reclamar um pouco e rapidamente fui desamarrada. Espero que ele não peça o beijo primeiro senão eu não sei o que posso fazer.
        Me levantei. Meu corpo inteiro tremeu, minhas juntas parecia que tinha quebrado e estava voltando a lugar com dificuldades. Nunca me senti tão desconfortável como agora.

        - Onde fica o banheiro? - perguntei tentando não demonstrar meu amarguramento
        - Bem ali - ele apontou para uma porta

        Passei por ele quase enjoando. Todos estavam fedendo e eu não queria fazer parte dessa trupe. Entrei correndo e logo tirei a roupa que nem uma louca. Não passava mais de 2 horas sem tomar um banho, imagine horas e horas.
        Quando meu corpo entrou em contanto com a água foi arrepio na certa. Por uma parte eu fiquei alegre por outra triste. Meu plano era matar esses três caras e sair daqui correndo em direção do hotel para proteger o Willian e o Chaz, mas como eu iria fazer isso sozinha? Pelo menos se eu tivesse uma pessoa para me ajudar ia ser bom.
        Eu tinha que colocar meu plano em prática agora mesmo. Olhei em volta e tinha um jarro de vidro, que sofisticado. Peguei-o e joguei no chão. Fingiria que estava tonta e acabei tropeçando no degrau do box.

        - Ai, meu Deus - exclamei alto já pra alguns deles me escultar
        - O que houve?
        - Eu me machuquei

        Me enrolei na toalha e me sentei na bacia do banheiro rapidamente. Não sei como iria matá-lo, mas sempre dou um jeito. Olhei pro lado e tinha uma barra de ferro. Por qual motivo uma pessoa tem uma barra de ferro no banheiro? Aff's.
        Coloquei mais perto de mim e logo a porta foi aberta pelo cara que tentou me beijar lá fora. Fechei a cara e olhei para baixo.

        - Se machucou aonde? - ele perguntou olhando os cacos de vidros espalhados pelo chão
        - Machuquei meu pé
        - Deixa eu ver

        Esperei o momento certo. Ele não tirava os olhos de mim, mas não podia reagir tão fácil assim. Aonde ele tocava eu demonstrava que estava sentindo muita dor.

        - Tá doendo aqui?

        Ele perguntou e apertou a parte do meu pé. Era uma deixa. Aproveitei que ele estava de cabeça baixa, peguei a barra de ferro e bati com toda minha força sobre o seu crânio.
        Troquei de roupa nas pressas já que o golpe que eu dei fez um barulho enorme era uma questão de tempo pra os amigos dele vim atrás e ver essa cena que não me deixava nem um pouco triste.
        Antes de sair do local da primeira morte peguei a barra de ferro e enfiei nas costas dele. Queria socar-lhe a cabeça ou enche-la de bala. O sangue tava descendo que nem cachoeira de sua cabeça podre.

        - Descanse em paz - falei e sai do banheiro

        Os outros caras estavam escultando à rádio. Não tinha nenhuma arma, nem faca então teria que usar a barra de ferro novamente mesmo sabendo que ela era bastante pesada.
        Fui me aproximando tendo o cuidado para que eles não pudessem me escutar, não queria correr esse risco. Como alguém poderia contratar homens tão dementes iguais a esses? Se fosse eu já tinha escutado que tinha uma pessoa atrás de mim ou o barulho do banheiro.
        Levantei a barra e bati com força na cabeça do primeiro que estava começando a se virar na minha direção.

        - Ta louca, garota?

        O outro se levantou nas pressas e rapidamente sacou a arma que estava na cintura. Tinha que pensar rápido senão quem vai morrer era eu. Recuei um passo e me encostei na parede.

        - O que você fez, sua puta? - gritou ele
        - Eu to fazendo o meu trabalho, então dá para facilitar as coisas?
        - Não

        O primeiro homem que eu havia acertado estava estirado no chão em cima de uma poça de sangue. Tava sentindo que a minha vez havia chegado quando o outro apontou a arma para minha cabeça.
        Estava confiante em mim mesma porque sabia que um dia isso teria que acontecer, eu querendo ou não. Soltei a barra de ferro e fechei meus olhos, esperando que ele me desse a oportunidade de dizer uma coisa que eu mais queria.

        - Justin, eu te amo

        Esperei a bala perfurar minha testa ou meu coração, mas não houve nada por 5 segundos. Abri apenas um olho e observei que ele tinha se sentado e estava segurando a arma em cima do colo.
        Achei estranho porque ele tinha apenas uma única oportunidade e estava desperdiçando, mas pelo menos assim eu tinha mais alguns minutos de vida.

        - Por que não me matou? - perguntei
        - Mesmo que eu queira, eu não posso

        Não questionei e nem resolvi tirá-lo do sério, porque se que fizesse isso sabia muito bem que não teria mais nenhuma ordem que pudesse impedi-lo de me matar, apenas voltei a me sentar no chão e esperar.


        Passou-se mais ou menos 1 hora e nada de ninguém chegar. Por um momento eu achava que esse cara estava mentindo, mas por outra não podia correr o risco. Vai que eu o mate agora e quando tivesse saindo eu desse de cara com a mandante dele. Aff's, quero nem pensar nessa possibilidade, então é melhor eu ficar aqui mesmo.
        Fiquei na cabana por alguns minutos por enquanto que o homem, que eu nem sabia o nome, foi jogar o corpo, que estava na sala, no lixo.
        Fechei meus olhos e pensei nas pessoas mais importantes da minha vida. Ainda não me conformo de ter perdido eles. Nem podia ajudá-lo pois era muito pequena e também sabia muito bem que eles fariam de tudo para proteger a única filha.
        Estava me sentindo péssima em não saber quem foi o responsável pela morte dos meus pais. Não podia dizer que era um homem, no fato eu acusei o Victor, mas eu não sabia e também não posso dizer que foi uma mulher.
        Mas eu prometi que iria achar quem foi e matá-lo. Irei ser fria como ele foi frio com os meus pais. Nem ao menos deixar que eles passassem os seus únicos momentos de vida ao meu lado, deixaram. E também nem sei por qual motivo.
        Se esse cara trabalhava para essa pessoa, eu não sabia informar e de qualquer jeito se eu perguntasse ele não iria me dizer. Não ficaria com essa raiva dentro de mim por muito tempo, eu podia sentir isso.
        Houve três batidas na porta e eu me sobressaltei com medo, encolhi mais sobre a parede e esperei pelo pior. Eu parecia uma criancinha ali encostada do que uma mulher feita com 20 anos de idade.
        No momento em que a porta se abriu me senti mais aliviada porque o vento forte entrou e bateu nos meus cabelos curtos. Fazia apenas algumas horas que eu não sentia isso, mas para mim parecia uma eternidade.

        - Tenho mais um para nossa coleção

        Não entendi muito bem o que o outro queria dizer com isso, mas imaginei que fosse mais um prisioneiro tabacudo, demente... Justin? Queria me levantar para ajudá-lo, mas se eu levantasse o outro cara descobrirá que eu não estava amarrada e me mataria ali mesmo.
        Mas a minha vontade era maior que qualquer coisa. Se eu morresse pelo menos morreria tentando.

        - O que irão fazer com ele? - perguntei desesperada

        Justin estava ali por minha causa, ele veio atrás de mim e acabou caindo na emboscada também. Não suportaria perdê-lo, não mais uma pessoa que mais amo nesse mundo.

        - Pra que você quer saber? - o outro gritou
        - Não façam nada com ele - respirei fundo - Me machuquem, mas façam nada com ele

        O outro cara jogou o Justin com tudo no chão e ele parecia desacordado, fazendo com que meu coração ficasse minúsculo. Tinha marcas roxas pelo seu rosto delicado e ele parecia estar respirando com dificuldades.
        Me encolhi ainda contra a parede quando os dois chegaram perto de mim. Não estava me entendendo direito, eu estava com medo de caras que mal me tocavam e sim olhavam.

        - É a namoradinha dele por acaso? - o cara perguntou passando a mão no meu rosto
        - Me deixe em paz

        A porta atrás de nós se abriu e dela passou mais dois homens musculosos que pegou o Justin, que estava começando a abrir os olhos, e colocou-o sentado em uma cadeira, amarrando-o um segundo depois.
        Se estava faltando mais alguém, eu não sabia dizer, mas sabia que não tinha como vencer sozinha. Tinha mais ou menos 5 homens ali comigo, e até agora não sei como eles ainda não descobriram que tinha 1 homem morto no banheiro.
        Quando ver isso o piso do banheiro deve estar completamente coberto de sangue.

        - Mas o que foi que aconteceu aqui?

        Olhei pro lado e quase sorri com a situação. Tenha um pensamento muito forte, acabei de pensar no homem morto e já estava um lá no banheiro vendo o desastre. Como eu havia pensado o chão estava coberto de sangue e todos estavam surpresos, olhando para mim.
        Fingi que não estava vendo nada, me fazendo de desentendida. Minhas costas reclamavam por causa da posição, mas isso não iria durar por pouco tempo pois o 'líder" pegou meu braço com força e bateu no meu rosto.

        - Sua vagabunda, acha que você está com tudo agora, é? Não tem medo da morte?
        - Eu não tenho medo de nada, se minha hora estiver chegando eu vou recebê-la de muito bom grado

        Ele deu outra tapa na minha cara, mas essa doeu mais do que a primeira. Eu não estava com medo se eles me matassem e sim fazer algo muito pior, exemplo, me estuprar. Não sou mais virgem, beleza, mas mesmo assim eu vou ter medo. Não tem coisa pior do que agente fazer uma coisa forçada.
        Justin continuava desacordado deixando-me mais aflita. Sabia que se eu morresse ali mesmo, Justin também morreria pois ele era praticamente meu cúmplice.
        Eu tinha que me ajeitar, mas sem que esses dementes vejam. Meus ombros estavam praticamente ralados de tanto encostar nas paredes aperas, tinha cortes nas minhas pernas que doíam sobre o chão repleto de areia. Meu cabelo estava uma bagunça.
        Fui me ajeitando lentamente observando cada movimento dos homens, quando eles olhavam na minha direção, eu parava de me mexer e fingia que estava com medo.
        Meu coração estava doendo e ficou mais pequenininho quando vi armas sendo destravadas e apontadas para a cabeça do Justin.

        - Ei - eu gritei  - O que vão fazer com ele?
        - Isso não lhe interessa, mas mesmo assim eu vou falar - pronunciou o mestre - Nós vamos eliminá-lo igual como você fez com o nosso comparssa ali
        - Não, não, não, não - gritei de novo agora pronta para matá-lo - Eu falei, vocês podem me matar, mas deixem-o ir embora... Ele não merece morrer por minha causa
        - Ah, então ele é seu namoradinho?

        Todos sorriram, debochando da minha cara. Podem sorrir a vontade bando de filhos da puta, mas a vida de vocês estão nas minhas mãos, pensei comigo mesma.
        Aguardei impaciente que eles se arrumassem. Eles ficariam todos de costas para mim, dando um pouco mais de vantagem. Não deixaria que o grande amor da minha vida morresse por minha causa.
        O cara que transformou a minha vida da água pro vinho. Ele foi o único que me aceitou do jeito que eu sou, tivemos nossas brigas no inicio, mas parece que o amor, que não era de se imaginar, chegou de repente pegando-nos de surpresa.
        O homem que não forçou a minha primeira. Ele foi o único que brigou com o meu melhor amigo, mandou-o ficar longe de mim pois eu seria dele. De primeira eu achei isso uma estupidez, mas não tinha como evitar.
        Foi ele que me alertou que o Victor estava com ódio de mim, e estava ali para me proteger. Mesmo que ele morresse, ele morreria feliz pois estaria ao meu lado. Morreríamos juntos.
        Controlei minha respiração e me levantei nas pressas, agarrando a barra de ferro com força e enfiando nas costelas de um. Rodei a barra dando um grito de ódio e depois puxei com tudo.
        Todos olhavam na minha direção surpresos, mas ninguém mandou mexer com o meu coração. Só quem pode encostar nesse demente era eu. Ele era meu e eu era dele. Pertencemos um ao outro. Justin é tudo para mim.

        - Mas alguém? - perguntei com fúria nos olhos

        Dois se encorajaram, mas não tiveram tanta sorte assim. Dei dois passos para trás e subi na cadeira, batendo meu pé sobre a cara de um fazendo com que ele caísse com a força do impacto.
        O outro foi para atrás da cadeira, mas antes que ele pudesse puxá-la, eu desci e peguei a arma de um que já estava morto. Mirei no rosto do primeiro que vi e atirei. A barra de ferro já estava longe de mim e eu só tinha 2 duas balas para 3 homens.

        - Peguem-na - gritou o mestre

        Antes mesmo que eu pudesse atirar novamente o outro cara, que até agora estava desacordado, se levantou e bateu na minha mão com força, fazendo com que a arma caísse deixando-me desarmada.
        Só esperei pelo pior, dois seguraram minhas mãos, colocando-as para trás enquanto o mestre levantava o rosto do Justin que agora estava começando a abrir os olhos.
        Todos sorriam, achando que tinha graça na situação. Se não fosse pelos braços fortes que estavam me segurando, eu tinha matado todos vocês, pensei comigo mesma.

        - Diga adeus para seu namoradinho
        - Não - gritei com todas as minhas forças

        Houve um tiro do lado de fora da cabana e rapidamente entrou uma mulher de cabelos longos escuros usando uma roupa super foda e tinha olhos claros. O ódio percorreu minhas entranhas quando vi que tinha dois homens atrás dela e eles estavam trazendo a Valentina presa.
        Justin, que agora estava de olhos bem abertos, ficou olhando a mulher de cima a baixo. Ele não parecia admirar a beleza e sim estar surpreso.

        - Estão loucos por acaso? - gritou a mulher pros três homens - Ninguém mandou você começarem a fazer o que estavam pensando

        Olhei pro Justin e ele observava a mulher misteriosa, pelo menos é isso o que ela é para mim por enquanto. Meus olhos estavam focados nos da Valentina, e ela dava sinais, tipo, permaneça quieta, mas eu não queria obedecer.
        Agora não era apenas uma pessoa que estava nas mãos desses caras e sim duas, e isso eu não poderia deixar.
        Fiquei surpresa quando o Justin abriu a boca e disse as seguintes palavras...

        - Mãe?

Ué, o que será que a Pattie está fazendo ai?

Achei fofo quando (seu nome) preferia morrer no lugar do Justin

Curiosas para saber o que a mãe dele está fazendo ai?

Comentem então, meus anjos e tenham uma boa tarde...