-> 18º Chapter - Enviada para matar <-

O amor nos enfraquece, enquanto a bebida nos fortalece.

Os amigos nos levantam quando estas coisas

nos derrubam no chão

- Ke$ha -

#Morte

P.O.V. Justin

        Para passar pela segurança do aeroporto foi muito complicado, mas finalmente conseguimos, não aguentava mais ficar ali dizendo que nós íamos pro Brasil somente a uma visita simples.
        Victor quase deu uma gravata no segurança, mas eu consegui segurá-lo, tendo aquela vontade de fazer eu mesmo a gravata naquele filho da puta.

        - Finalmente conseguimos - falou Victor se sentando na poltrona do avião
       - Realmente, eu achei que aquele cara tinha lhe conhecido
       - Impossível - ele ajeitou o bigode - Com esses desfarçes é impossível alguém nos conhecer
       - Verdade - bocejei - Agora me deixa em paz, preciso dormir

        Falei do jeito que eu achei que foi certo. Sei muito bem que não era para estar falando assim com o meu pai, mas quer saber foda-se, sempre no final dar tudo certo mesmo. Meu foco agora era a mulher que eu amo.
        Como ela pode ser tão maravilhosa e tão irritante tudo ao mesmo tempo? Essa pergunta não tinha resposta. Ela tinha um corpo fantástico e seu rosto era igual de uma princesa, mas quando tem uma coisa que a incomoda, sai de perto que ela fica super chata ou até mesmo um porre.
        Amava o jeitinho que ela ficava quando se sentava sozinha em uma parte e ficava olhando pra lua, tipo, esperando uma resposta. (seu nome) quando sorria, quando brincava comigo, parecia ela mesma, uma mulher doida e divertida que adora tirar onda com a cara dos outros principalmente das pessoas mais próximas.
        Passamos menos de alguns dias juntos e já sei tanta coisa sobre ela. Sei que (seu nome) entrou nessa onda porque foi praticamente forçada a fazer uma coisa que ela não queria, igual a mim.
        Antes de conhecê-la, eu não era um nada, o mundo a minha volta não importava. Para mim a coisa mais interessante era transar com as vagabundas e matar as pessoas que não merece viver.
        Mas depois da minha mudança radical com ela ao meu lado, eu pude descobrir um sentimento que menos imaginava que poderia sentir por alguém. Amor. Nunca acreditei em amor a primeira vista, mas como sempre tem uma primeira vez e agora coloco as mãos por céus por eu ter me apaixonado por uma mulher que valesse mesmo a pena de estar ao lado pra sempre.
        O bom de (seu nome) é que ela não gosta de ficar regulando a vida da pessoa que ama. Se eu quiser fazer uma coisa, ela não tá nem ai contanto que eu não a traia, tudo ótimo. Com ela o livro é aberto.
        Outra coisa positiva que ela tem, que com certeza tem desde pequena, é que ela valoriza demais a sua verdadeiras amizades. Percebi o quanto ela ama de verdade o Willian. Ela chegou a dizer isso na minha cara, tentando me afastar. Vi o jeito protetor quando ela entrou na minha frente no dia que eu estava conversando com ele atrás da casa onde estava rolando a festa.
        Como eu pude me apaixonar tão rápido, não sei dizer, mas pelo menos agora eu sou o homem mais feliz do mundo. Tenho a mulher mais linda que eu ja vi, descobri quem é meu pai biológico por causa dela e agora eu estou a ponto de me entregar, depois ser livre sem dever nada a ninguém.


        Depois de uma longa, cansativa e dolorida viagem finalmente chegamos nas terras do Brasil. Rio de Janeiro, Copacabana. Era a primeira vez que eu estava aqui, viajei pelo mundo todo, mas nunca passou pela cabeça de que eu deveria vim visitar o Brasil, país das mulheres mais lindas do mundo.

        - Vamos logo - falei
        - Que hotel podemos nos hospedar? - perguntou Victor dando sinal pro táxi 
        - Qualquer um contanto que não demore muito, pretendo procurá-la e achá-la o mais rápido possível

        Entrei no carro e tinha uma mensagem. Era do Chaz e tinha uma foto de uma praia maravilhosa, com um calçadão preto e branco. Espera ai, olhei pro lado de fora do carro e tive uma surpresa, Chaz estava no Brasil.
        Imediatamente procurei o número dele na lista e liguei. Deu dois toques e logo ele atendeu

-> Ligação <-

- Seu gay, por que não me falou que estava vindo pro Brasil?

- Eu fui pego de surpresa pela (seu nome)

- Como assim? Ela está ai com você? - perguntei ansioso de ouvir a sua voz de novo

- Não, ela mandou agente vim primeiro pro hotel, que depois chegaria

- Ela não chegou ainda? - a preocupação me invadiu

- Não, e faz um bom tempo que ela disse que chegaria logo

- Meu Deus - exclamei - Tudo bem, Chaz, eu vou atrás dela

- Você sabe onde ela está?

- Não, mas eu dou meu jeito, eu ainda a encontro hoje

- O.k. Qualquer coisa me avisa

- Pode deixar

-> Fim de ligação <-

        Olhei pro Victor e ele logo mudou sua fisionomia. De um sorriso foi para uma expressão séria e preocupada. Meu coração dizia apenas uma coisa, (seu nome) estava em perigo. Eu podia sentir de longe o cheiro do perigo.
        Se aconteceu alguma coisa de ruim com a minha namorada, eu mato de quem a magoou. Se eu encontrar um arranhão, mesmo que seja bem pequeno, eu estouro os miolos dos vagabundos.

        - Quem era? - perguntou ele
        - Era o Chaz e disse que (seu nome) veio pro Brasil com ele
        - Isso é bom, e onde eles estão hospedados?
        - Não perguntei, mas o caso é que ela não está no hotel - fiz uma pausa - Ela disse que chegaria logo, ia apenas resolver umas coisas e depois voltaria pro hotel - fiz outra pausa, agora mais longa - Você tem uma noção de onde ela pode ter ido?
        - Talvez ela tenha ido falar com a Valentina
        - Sabe onde essa Valentina fica?

        Ele assentiu com a cabeça e mandou o taxista mudar de direção, pegando uma pista de barro um pouco mais a frente.


        Parecia que esse local não chegava e eu já estava começando a ficar aflito, tava a ponto de dar um chilique. Cada segundo longe dela é como uma eternidade. Ficava olhando pela janela e só apenas uma coisa. Mato e mais mato.

        - Falta muito pra chegar? - perguntei
        - Pare aqui - falou Victor

        Ele por acaso ficou maluco, pensei comigo mesmo, como ele pode dizer "pare aqui", se não tem nada. Acho que até os animais evitem de vir nesse local que pela primeira vez estava me assustando.
        Desci do carro forçadamente. Não sei o que (seu nome) tinha vindo fazer aqui, mas coisa boa não foi. Alguma coisa aconteceu com ela, eu podia ver e sentir isso.

        - Victor, você tem certeza de que é aqui mesmo?
        - Tenho, por que? Está com medo?
        - Não é medo, e sim pressentimento ruim. Ela devia estar por aqui, não acha?
        - O alojamento é um pouco mais a frente. Vamos

        Ele deu uma tapa nas minhas costas com força, e começamos a andar. Qualquer ruido que eu escultava, imediatamente era motivo de alerta. Victor parecia que estava se sentindo em casa.
        Paramos na frente de um muro enorme que estava cheio de árvores na frente, a grama parecia que não foi cortada a séculos, o ar estava com cheiro de bicho morto. Como alguém podia viver por aqui? Aff's.
        O lugar parecia ter sido abandonado e isso me deixou irado. Vim atrás de (seu nome) e quando chego aqui descubro que o local onde a tal da Valentina estar é outro. Mas onde poderia ser esse lugar?

        - E agora Victor? - perguntei colocando os braços sobre o peito
        - Não sei o que fazer
        - Não outro lugar que ela possa estar que você saiba?

        Ele negou com a cabeça serenamente. Vendo assim de perto Victor parecia mais velho do antes. Seu cabelo estava começando a ter fios grisalhos, sua barba, que ele nunca gostou de ter, agora estava dando um sinal de vida, as rugas em volta do olho estavam visíveis e sua pele estava mais pálida do que o normal.
        Pensei em perguntar o que estava acontecendo, se ele estava sentindo alguma coisa, mas isso pode ser coisas da minha imaginação. Quando ver isso é eu que estou me olhando no espelho.

        - Viagem perdida, filho
        - Não vou sossegar até encontrá-la mesmo que isso custe a minha vida

Ele me analisou com calma e depois de um sorriso. Será que eu estava ficando meloso demais? Acho que sim, mas o que importa quando agente tá apaixonado de verdade.

        - O único jeito agora é voltar, procurar um hotel e pesquisar para onde ela pode ter ido
        - É o jeito, né - olhei pro chão e vejo uma faca jogada - Olhe
        - O que?
        - Uma faca
        - Está pensando o que eu estou pensando? - perguntou ele
        - Será que foi ela que deixou cair?
        - Tem uma probabilidade de que seja
        - Espero

        Fomos para o ponto onde o táxi havia nos deixado, esperando ter uma oportunidade de outro passar o mais rápido possível. Apesar de estar de dia, este lugar me dava um pouco de calafrios.
        Tava parecendo que havia voltado aos meus 8 anos de idade quando eu tinha medo de dormir sozinho, ou eu dormia com a minha mãe ou passaria a madrugada inteira chorando.
        Essas situações me fazem rir as vezes, mas do jeito que eu to agora nem um básico sai. Acho que só vou voltar a ser feliz quando (seu nome) estiver ao meu lado são e salva.
        Paramos no encostamento e logo Victor se sentou no chão, puxando as pernas sobre o peito.

        - Ta tão cansado assim?
        - Você não imagina o quanto, para um homem da minha idade ficar se aventurando por ai por causa da namorada do filho, é mole não
        - Eu sei como você está se sentindo, eu também estou um pouco cansado - respirei fundo e me sentei ao seu lado - A viagem foi bastante cansativa

        Ele concordou com a cabeça e voltou a olhar pro céu enquanto eu olhava de um lado pro outro, preocupado que alguém possa nos ver aqui e fazer coisas que não deviam, exemplo, nos matar antes mesmo que agente pudesse reagir.


        As horas foram se passando e nada de um táxi. Se fossemos andando mesmo, acho que já estaríamos lá, pensei comigo mesma coisa que me fez sorrir imediatamente. Victor havia ido ali urinar à alguns segundos e até agora nada.
        Me levantei quando ouvi uma pisada e logo em seguida pedras sendo arrastadas. Não parecia queria estar em sigilo porque o som estava tão alto que se eu tivesse a 10 metros ainda dava para escultar.
        Fiquei quieto e esperei o momento certo, no caso quando eu ver quem é que estava atrás daqueles matos que não tinha mais fim de se acabar.
        O som foi ficando mais alto e cada vez mais forte. Puxei a faca que havia achado lá na frente do muro, que poderia ser da (seu nome), e fiquei segurando o cabo com força.
        A cena a minha frente me machucou mais do que eu imaginava. Tinha exatamente 4 homens segurando facões enormes e estava segurando braços e pernas do meu pai.
        Victor estava morto. O meu único pai estava morto. O cara que cuidou de mim como se eu fosse a vida dele, e agora eu o abandonei. Eu não tive nem a chance de dizer um "eu te amo" uma vez sequer.

        - O que vocês fizeram com o meu pai? - gritei
        - Não está bem visível? Nós o matamos

        O sangue esquentou e pelo meu nariz já saia fumaça. Meu pai estava sem roupas e eu podia ver que tinha facadas por toda a parte. O cabelo e as costas estavam cobertos de areia. Sangue ainda escorria pelo rosto.
        Não consegui me segurar por muito tempo e avancei para cima dos homens. Minha faca não tinha nem comparação com os facões que eles tinham, mas a minha raiva, minhas habilidades e minha coragem ninguém tinha.
        Meu primeiro golpe foi no olho de um cara que estava segurando o braço do meu pai. Tava com tanta raiva que só sosseguei quando arranquei a bola do olho, deixando no lugar um rio de sangue.
        O outro veio pra cima de mim e desferiu uma facada no meu braço esquerdo que rapidamente ficou dormente. Não ia deixar ia muito barato, me virei na direção dele e passei a faca sobre o punho dele, fazendo com que a mão caísse e ele gritasse de dor.
        Agora só faltavam dois que se for por mim não vão durar nem mais um segundo. Esperei que eles me atacassem primeiro, mas nada aconteceu.

        - Vão ficar parados mesmo, seus fracotes? - tentei desafiá-los
        - Acha mesmo que somos idiotas?

        Olhei de um lado estava o cara com o olho machucado segurando um pedaço de pano, que foi arrancado da blusa encardida, e estava tentando estancar o sangue que não parava de jorrar.
        Enquanto o outro demente estava gritando de dor vendo a mão caída no chão encharcada de sangue e pedindo desesperadamente para que alguém o matasse, já que não aguentava mais.

        - É, eu acho que vocês são idiotas
        - Pelo jeito o filho quer o mesmo destino que o pai
        - O que vocês fizeram com a minha namorada? Eu sei que foi vocês que a pegaram
        - (seu nome) é sua namorada? Que pena, ela também foi eliminada

        Duas mortes em um dia só não dava para aguentar. Eu sabia que era tudo mentira, ela não podia estar morta. Não consegui salvar meu pai, infelizmente, mas eu não vou perder a mulher da minha vida.
        Desferi outro golpe, mas desta vez meu alvo foi errado. Um deles veio pra trás de mim e segurou meus braços, fazendo o possível para que eu não conseguisse me soltar. Os dois estavam sorrindo, mas ainda não havia chegado a minha hora.
        Recebi uns 5 murros fortes no abdômen e dois no rosto. Tava sentindo gosto de sangue na minha boca, mas não vou desistir tão fácil assim. Quando ia receber outro murro agi rápido e logo bati minha cabeça contra a testa do cara que estava me segurando, fazendo com que ele me soltasse.
        Peguei minha faca e enfiei no estômago do homem que estava desferindo os golpes em mim. Morte lenta e muito dolorosa. Fui dando exatamente 50 facadas, claro dando uma paulada na cabeça do outro para não me atrapalhar, e a última facada foi na garganta.
        Fiquei mais aliviado em saber de tinha tirado a vida daqueles, fora um, que mataram Victor. Sabia que isso não ia adiantar de nada, mas pelo menos eu fiz o que achei certo.

        - Você é o próximo - falei virando-me
        - Não faça isso, por favor - implorou ele - Eu nunca fiz nada de errado
        - E o que você acabou de fazer foi o que? Você matou meu pai, seu vagabundo
        - Tenha piedade
        - Você teve piedade quando matou meu pai? Não, num foi? Eu também não vou ter piedade quando matar você
        - Mas eu só recebo ordens

        Hum, adorei saber sobre isso. Se eu poupasse a vida dele, talvez eu fique sabendo quem é esse mandante que mandou matar meu pai e agora a única mulher da minha vida.

        - Vamos fazer uma troca? - perguntei
        - Que tipo de troca?
        - Eu poupo a sua vida se você me disser quem é o seu mandante
        - Nunca - ele quase cuspiu na minha cara
        - Você que quis assim

        Quando estava pronto para perfurar a garganta do último cara, eu recebo um tiro nas costas, mas era um tiro de borracha. Senti cada músculo do meu corpo enrijecer até o ponto de eu cair sobre o corpo do outro cara.
        Não sabia que bala de borracha dava esse resultado todo.

Victor está morto, então não foi que matou os pais da garota

Quem será que foi?

O Justin também foi sequestrado

Foi super foda, num foi? Admitam?

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