-> 25º Chapter - Enviada para matar <-

 A verdade é que todo mundo vai te machucar

Você apenas tem que encontrar aqueles pelos quais

vale a pena sofrer

- Bob Marley -

#Confiança

P.O.V. Justin

        Acho que o maior presente que Deus pôde ter me dado foi quando os olhos de (seu nome) se abriram e depois chamar meu nome. A voz dela saiu rasteira, mas mesmo assim amei escultá-la falar de novo.
        Hoje tínhamos que ir no hospital para ver o estúpido do Chaz Somers já se melhor ou se já recebeu alta, espero que sim. (seu nome) precisava descansar e esquecer o que houve ontem.
        Minha raiva voltou quando comecei a lembrar das coisas horríveis que presenciei ontem. Willian comendo a minha mulher. Ela chorando e pedindo pro socorro. Valentina sorrindo como se aquilo fosse um triunfo.
        Só em lembra do nome Willian chega me dar raiva. Tive que manter as minhas lágrimas pressas, porque não queria que ela visse. E principalmente porque viria várias perguntas.

        - Bom dia - falou (seu nome) trazendo-me a realidade
        - Bom dia - beijei sua bochecha - Dormiu bem?
        - Ótima, obrigada por cuidar de mim
        - Isso é o mínimo que posso fazer

        Nos olhamos por um bom tempo e depois saímos da casa de mãos dadas. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo deixando que sua tatuagem no pescoço ficasse amostrar.
        Já que estava um tempo frio e ela se congelando, tirei minha blusa e coloquei sobre seu ombro. Ela olhou para mim e depois sorriu. Entramos no carro e tratei logo de ligá-lo, dando a partida com pressa.

        - Que horas são? - perguntei
        - 8h00m - ela falou - Justin, o que aconteceu ontem depois que eu desmaiei?

        Por que ela tinha que lembrar disso logo agora? Tava fazendo de tudo para esquecer as más lembranças e agora lá vem ela falando nisso, trazendo as imagens como ondas.

        - Eu os matei, só isso
        - Como foi?
        - Para que você quer saber isso? Vamos esquecer, por favor. Não quero lembrar - respirei fundo - Só em pensar que poderia ter feito alguma coisa para impedir antes
        - Justin, está tudo bem. Você me salvou de um...
        - Não, eu cheguei lá você já estava desmaiando. Minha raiva aumentou quando Valentina sorriu dizendo que você era praticamente uma vagabunda.
        - Quem você matou primeiro? Willian ou foi ela?
        - Ela. Não fique com raiva da minha atitude, mas eu fiz a mesma coisa que ela fez com você. A estuprei e depois a matei drasticamente - dei um sorriso simples - E depois foi o seu "amiguinho" que morreu. A morte dele foi com certeza pior e eu me senti leve quando vi a sua alma sair de seu corpo

        Por um momento ela ficou em silêncio, serena e estava bastante longe. Nessa hora eu gostaria de ter o poder de ler mentes só para escutar o que ela está pensando. Se era sobre nós ou sobre o Willian.

        - Não acredito que ele fez isso comigo, sabia?
        - Eu tentei avisar
        - Eu sei disso - ela olhou para mim com o olhos lacrimejados - Me desculpe
        - Você não tem culpa de nada
        - Mas eu devia...
        - Shh - toquei na sua mão de leve - Esquece isso. É apenas uma lembrança

        Ela ficou calada apenas abriu a janela e colocou o braço pro lado de fora. O vento frio bateu no meu corpo, fazendo assim com que eu me arrepiasse por completo. Ela sorria como nunca e eu não entendi por que.
        Não estávamos mais tão longe da cidade, logo, logo estaríamos ao lado de uma maca com o Chaz reclamando sobre não estar na praia aproveitando a passagem. No caso, as garotas brasileiras exibindo seu corpo de violão.

        - Estou livre - ela gritou - UUUU
        - Tá louca?
        - Não, apenas estou aproveitando minha liberdade. Nunca mais vou ter que matar pessoas - ela olhou pela janela de novo - Obrigado, Deus
        - Estamos livres para ser felizes um ao lado do outro - gritei também
        - Eu te amo
        - Eu também

        Era uma felicidade tão tamanha, que nem nós próprios conseguíamos explicar. Só em sentir aquele ar de liberdade era como se tivéssemos nascido de novo. Tivemos um segunda chance de viver, e essa não vamos desperdiçar.


        Estacionei o carro na frente do hospital e quase tomamos um sonho daqueles. Chaz estava parado com os braços cruzados no ponto de taxí. Ele parecia ótimo.
        Antes que eu pudesse percebe, (seu nome) havia saído do carro e estava indo na direção do Chaz com os braços abertos. Sai também do carro, deixando-o ligado mesmo, e fui ao encontro dos dois que estavam no abraço apertado e longo.

        - Já chega - falei sorrindo
        - Ciumento - disse Chaz - Como estava com saudades de você, cara - ele veio me dar um beijo e bati no seu ombro devagar
        - Vai pra lá, viado
        - Homens - brincou (seu nome) - Como estamos vendo, Chaz está bem melhor então vamos pro hotel
        - É pra já, não aguento mais ficar aqui

        Dirigi até o hotel que Chaz foi dizendo por onde era. No rosto da (seu nome) não tinha mais um sorriso encantador e sim uma expressão séria. Acho que o que ela está pensando, eu posso até imaginar. Chegou a hora de Chaz saber a verdade.
        Ele aceitou do jeito que eu sou então o mesmo vai acontecer com ela. Ele tem um carinho muito grande por ela, posso perceber, mas isso não me deixava com nenhum ciúmes. O carinho era de irmão.


        Abri a porta do quarto onde iríamos ficar por alguns dias e logo Chaz se jogou na cama como um adolescente de 15 anos de idade. Fiz o mesmo, fazendo com que minha infância me invadisse.
        Sentei-me ainda sorrindo um pouco e percebi que (seu nome) continuava parada de braços cruzados e cabeça baixa. Chaz havia parado de fazer o que estava começando e foi até ela.

        - O que houve, besourinho?
        - Preciso te dizer uma coisa - ela olhou nos olhos dele - Eu não sou quem você pensa

P.O.V. Você

        Não sei como iria dizer aquilo pro Chaz. Antes eu pensava que seria fácil, mas agora eu estava ali diante dele com aqueles olhos grandes castanhos escuros, me observando com cuidado.

        - Eu sou uma criminosa
        - Como assim? - ele perguntou chegando mais perto
        - Eu sou o tipo de pessoa que não merece a sua amizade. Eu matei várias pessoas

        As palavras saíram como uma rajada de vento da minha boca. Estava tão nervosa que acho que ele não entendeu nem a metade que falei. Não queria repetir então abaixei a cabeça e esperei as suas palavras.
        A possibilidade de ele nunca mais querer olhar na minha cara e deixar de falar comigo, me assustava bastante. Não queria deixar o Chaz assim, encurralado, mas ele precisa saber. 
        Não se passou um segundo quando sinto sua mão tocar de leve embaixo do meu queixo, erguendo-o e fazendo com que eu olhasse nos seus olhos. Eu achei que ele sentiria medo, mas não.

        - Eu que não mereço a sua amizade. Você é fantástica, mulher e é por isso que te considero com minha irmã. Eu confio em você, sei que não faria nada para me machucar - ele sorriu - Tenho orgulho de ser o seu amigo
        - Obrigado, Chaz

        Estava me sentindo mais leve por ter dito isso a ele. Era para ter contado a muito tempo, mas estava sem confiança. Não que eu não confie nele, mas eu não estava preparada.
        O abracei com toda a minha força e só não chorei para demonstrar que sou mole, mas a alegria palpitava meu coração.
        Sou grata por Deus ter colocado o Chaz na minha vida. Nunca tive uma pessoa tão maravilhosa como ele. Foi um dos meus melhores amigos e sempre será.

Gostaria muito de ter um amigo como o Chaz... Realmente eles se gostam de verdade
Adorei o jeito que eles se trataram, e vocês?

É, gente, esse foi o penútimo capítulo da Ib Enviada para matar
Espero que não fiquem triste, eu to até chorando... Vou sentir tanta falta ;(
A nova Ib ta perfeita, pelo menos na minha opinião
Querem saber como vai ser o último capítulo? Então comentem...
Beijos...


Woon *--* amei esse gif