-> 14º Capítulo - Enviada para matar <-

O olhar de quem odeia

é mais penetrante do que

o olhar de quem ama

- Leonardo da Vinci -

#Briga

P.O.V. Justin

        Eles só podem estar loucos, eu não era filho do Victor, de jeito nenhum. (seu nome) ficou com raiva de mim não sei por que mas ela achou errado eu ter feito aquilo.
        Mas pera aí. Se ele é meu pai de verdade então por que não me avisou antes? Por que? Por que? Não tem como explicar isso, ele não era meu pai e pronto. Será que ninguém percebe o que ele está tentando fazer? Ele quer meu perdão de novo.
        Meu pensamento foi a mil, não era para ter feito aquilo naquela hora, ela deve ter ficado bastante chateada comigo, pior que eu não sabia como me desculpar.
        Me joguei na cama e fiquei ali por alguns segundos até escultar a porta do quarto sendo aberta de novo. Me levantei imediatamente pronto para falar, mas meu sorriso logo foi embora quando vi que quem estava ali era o Victor.

        - Por que fez aquilo? - perguntou Victor irritado
        - Eu fiz o que achei certo - falei rude - Por que está tentando enganá-la?
        - Tudo o que falei, cada palavra era verdade - ele chegou mais perto - Com quem você acha que puxou? Acha que essa marca de nascença que está no seu braço veio da onde?
        - Eu cai quando era pequeno e causou essa cicatriz

        Eu tinha uma mancha marrom bem claro no meu braço direito e isso eu tinha desde que eu nasci. Minha mãe seria dizia que herdei de meu pai.
        E apesar eu nunca havia caído.

        - Então eu cai do mesmo jeito, né? - perguntou ele e logo levantou a blusa - Caímos do mesmo jeito e causou a cicatriz do mesmo jeito
        - Não... Não pode ser verdade - recuei cinco passos
        - Mas é verdade e você me decepcionou muito
        - Não é com você que eu estou preocupado e sim com o que (seu nome) vai pensar de mim - falei um pouco alto
        - Era para ter pensando duas vezes antes de dizer aquelas coisas
        - Me desculpa, Victor - falei - Me desculpa mesmo
        - Tudo bem, meu filho
        - Agora vai com calma, não estou muito acostumado com essa história de pai
        - Certo - ele falou e sorriu - Posso te dar um abraço?
        - Claro, pai

        Não saiu como eu desejava, mas tudo bem. Nos abraçamos como se fosse o último e ele ainda beijou o alto da minha cabeça. Me senti como uma verdadeira criança ali nos braços do meu legítimo pai.
        Sempre desconfiei que o cuidado que ele tinha comigo não era porque eu era o seu melhor argente e sim porque eu sou o seu filho, e ele tinha medo de me perder.
        Sabia que Victor era um homem severo, mas nunca me passou pela cabeça que ele tinha um filho e que esse filho era eu. Passei tantos anos com ele e nunca percebi isso. Como é que eu sou burro, dava para desconfiar.
        Quanto mais tempo eu passava ali abraçado com ele, mais eu sentia falta desse carinho de pai pra filho. Tava perfeito até o telefone dele tocar.

        - Com licença - disse ele
        - Toda

        Ele saiu do quarto e eu fui atrás da minha namorada que faz é tempo que ela não tinha voltado para casa. Eu fiz merda, eu sei, mas também não fiz por mal. Não sabia de nada e também achava que era mentira.
        Saindo da casa vi ela sentada na areia olhando para baixo. Não parecia que estava chorando, mas também não ia deixá-la assim, precisava concertar as coisas.
        Chegando mais perto, pude perceber que ela estava escrevendo alguma coisa no chão. Não dava para saber o que era, mas contanto que eu fui chegando eu pudi perceber que era um nome de uma pessoa e tinha um "Eu s2 vocês" do lado. 

        - O que você está fazendo aqui, Justin? - ela perguntou sem ao menos eu chegar mais perto dela
        - Como sabia que era eu que estava aqui?
        - Você não sabe disfarçar nem um pouco - ela se levantou e quando olhei pro chão tinha escrito F. E. - F. E.? O que é isso?
        - Umas pessoas muito especiais para mim - ela olhou pro céu - E agora está muito longe
        - Quem são? - perguntei sem disfarçar os meus ciúmes
        - Sigla do meu pai e da minha mãe

        Ela voltou a se sentar e me sentei ao seu lado. Não ia fazer o que eu mais queria agora, no caso dar um beijo nessa boca que me enlouquece, mas se eu forçar, vou acabar levando uma tapa na cara
        Ela se mantive calada e não olhou nem um momento para mim. Pisei na bola, mas também mereço um voto de confiança.

        - Vai ficar com raiva de mim mesmo? - perguntei
        - Você não tinha o direito de fazer aquilo - ela rebateu
        - Como eu iria saber que era verdade?
        - Justin, mesmo que agente desconfiasse de alguma coisa, nós precisamos escultar até o final e não fazer o que você fez
        - Eu não tive...
        - Agora não tem como voltar, com certeza Victor já lhe falou e você acreditou - ela soou o nariz - Mas agora não vale mais a pena, depois de você colocar o pobre coitado lá no chão
        - Você está sendo mal-educada comigo, (seu nome)
        - Justin, me poupe, né? Você acha mesmo que eu iria ficar feliz de saber que um garoto, que acaba de descobrir que era filho de um homem que passou mais de anos ao seu lado, fica zombando da cara do pai? Isso foi errado
        - E por que ele não me falou antes? - eu perguntei já ficando furioso
        - Você acha que foi fácil para ele me contar isso? No meio da conversa ele acabou soltando sem querer - ela gritou - É muito difícil para um filho dizer uma coisa pros pais, imagine um pai dizer isso? "Justin, você é meu filho"

        Fiquei calado, não conseguia brigar com ela porque sei que estou completamente errado.
        Ficamos alguns minutos calados e esse silêncio estava me matando. Eu a amava e não é qualquer besteira que iria arruinar o nosso relacionamento. Não mesmo. Já bastava aquele imbecil do Willian entrar na minha vida e tentar roubá-la de mim.

        - Justin, eu preciso ir embora - ela cortou o silêncio
        - Como assim?
        - Não dá mais - ela olhou nos meus olhos - Eu não pertenço a sua vida do jeito que eu pensei
        - Está louca? Eu te amo e não vou deixar você ficar longe de mim
        - Minha decisão, minhas escolhas e não é você que me impedir de voltar pra casa
        - Por que está dizendo isso? - perguntei nervoso
        - Eu estou com saudades de casa, preciso resolver um assunto com a Valentina e...
        - Já sei por que você vai embora - rebati furioso - É por causa dele, num é? Esse tal de Willian te conquistou de novo, num foi?
        - Eu não amo o Willian - ela sorriu - Eu só amo você, mas é que não dá. Eu sinto que nossos destinos não estão traçados
        - (seu nome), não faz isso comigo - pedi - Você sabe que eu te amo
        - Me ama? Sei - ela riu com ironia - Acha mesmo que eu não fiquei sabendo para onde você foi?
        - Como você sabe disso?
        - Fui bem informada - ela se levantou - Me deixou sozinha para se divertir por ai
        - Não foi minha intenção te trair, eu juro
        - Como é que é? - ela perguntou fechando a cara
        - Oi?
        - Oi nada, o que você acabou de dizer? Você me traiu, foi isso mesmo que eu escultei?
        - (seu nome), deixa eu explicar
        - Fica longe de mim - ela levantou os braços - Não quero estar mais perto de você. Não encosta em mim, seu vagabundo
        - (seu nome)...
        - Não fale meu nome. Sabe o que você faz? Vá atrás da sua vagabunda e vê se consegue me esquecer
        - Mas eu te amo
        - Quem ama não trai. Quem ama não mente. Quem ama não se dá o tempo de correr atrás de outra
        - E você, hein? Pensa que eu não vi quando você beijou o Willian
        - Não, ele me beijou e logo depois eu dei uma tapa na cara dele porque pensei imediatamente em você, mas pelo visto foi em vão eu ter pensado
        - Vamos ficar brigando mesmo?
        - Quem começou a briga foi você, agora... - ela tirou o anel do dedo - o nosso caso acabou
        - Não faça isso comigo
        - Já fiz - ela se virou - Espero que você seja muito feliz ao lado de quem você ama

        Fiquei a olhando ir embora e logo entrar na casa com pressa. Peguei a aliança que havia jogado na areia e observei. Por que teve que ser assim? O que foi que eu fiz? Burro... Estúpido... Demente... Argh, que ódio de mim mesmo!
        Voltei para a casa e ela já estava arrumando as suas coisas. Entrei no quarto e tranquei a porta, colocando a chave escondida no meu Jerry. Se ela quiser sair, vai ter que pegar a chave.

        - Vai mesmo embora? - perguntei
        - Isso não te interessa
        - Qual é? Não seja tão rude comigo assim
        - Espera - ela olhou para porta e depois para mim - Me dá a chave
        - Não
        - Me dê a chave - ela rangeu os dentes
        - Se quiser a chave, vai ter que pegar
        - E aonde ela está? - ela perguntou se levantando e ficando frente a frente comigo

        Coloquei os braços atrás da cabeça e fechei os olhos, claro que colocando um pouco do meu corpo para frente pra ela ter uma noção de onde estava o que tanto procurava.
        Por enquanto que estava com os olhos fechados não pude perceber o que ela estava tramando, mas logo sinto uma tapa estalar no meu rosto.

        - Vai querer outra ou prefere me dar a chave logo?
        - Não vou dar - falei alisando o rosto que estava ardendo
        - O.k.

        Ela se virou e pegou uma arma que estava em cima da mala, virando logo na maçaneta da porta. Fiquei na frente e ela logo abaixou a arma, olhando para mim como se fosse me comer vivo.

        - Não vale trapacear - avisei
        - Justin, eu não estou brincando
        - Eu também não estou
        - Tudo bem, você venceu

        Sua mão entrou dentro do meu calção, mas nunca ia achar porque a chave estava dentro da minha cueca, quase enrolada no meu pênis.
        Ela me olhou feio e eu sorri da situação. Sabia que (seu nome) não teria coragem de pegar então eu tinha que provocar um pouco.

        - Ai, essa chave ta me machucando - gemi
        - Então tira daí - ela falou se virando
        - Você num quer? Então, você que tire

        Me mantive no meu canto quando abri os olhos novamente vejo ela tirando a roupa e me chamando com um dedo, no modo bem sensual. Fiquei louco na hora, mas eu sabia o que ela queria fazer então me mantive quieto.

        - Vai me deixar na vontade mesmo, é? - perguntou ela tirando o short e ficando só de calcinha
        - Você quer me distrair - falei fechando os olhos
        - Eu só quero te provar pela segunda vez, Justin, antes de partir - ela alisou sua boceta - Me faz esse favor

        Me segurei o máximo, mas não deu. Ela sabe conquistar o cara mesmo estando contra a sua vontade. Fui a levando para cama e logo tirei a roupa, fazendo com que a chave caísse.
        Ela me jogou longe e se vestiu rapidamente enquanto eu ficava olhando aquele corpo belo e maravilhoso ali na minha frente.

        - Nem precisou de muito esforço - ela falou pegando as chaves - Achou mesmo que eu deitaria com você de novo?
        - E por que não deitaria? Eu fui seu primeiro homem
        - Isso quem decide sou eu. Se não quero mais deitar com você é porque tenho uma boa rasão
        - E você tem? - perguntei me levantando
        - Você me traiu - ela falou rude e foi saindo do quarto

        Estava me sentindo um idiota por ter traído a mulher que eu mais amo nesse mundo. Sei que é pouco tempo que a conheço, mas não posso evitar, ela me conquistou de um jeito que nem eu consigo explicar.
        Fui atrás dela, mas era tarde demais, ela já havia saído da casa e agora estava dirigindo em direção do aeroporto.

É, o clima esquentou pro lado do Justin

Será que ela vai desistir da viagem ou não?

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